Egoísmo. É egoísta pensar pelos outros, tentar decifrar o nível de ódio que eles tem por você. Engraçado, além de egoísta é um ciclo que você (Eu) gera a você mesmo. Por pensar que as pessoas estão constantemente irritadas com a sua presença, você poderá gerar irritação. Pode continuar andando e agindo normalmente como se nada tivesse acontecido, é uma justificativa plausível para o aquilo que você mais gosta de ouvir: Só consegue se sentir bem quando está sozinho. É provavelmente por isso que você morrerá mais cedo, porque uma hora estará farto de tanta solidão. Alguém que conseguiu ser egoísta a vida inteira e em nenhum momento cedeu. Ou talvez alguém que esteja cedendo ao máximo e se esbarrando no egoísmo alheio, com uma negatividade em torno de si mesmo. Vendo tudo de forma milimetricamente distorcida por uma cabeça doente. É um exercício, rapidamente se encaixa no cérebro. Um exercício de interpretação tendenciosa, a partir do momento que todas as ações das outras pessoas podem ser vistas, com alguma lógica psicótica, como ações que foram feitas para demonstrar irritação com a sua presença, com a sua forma de ser.
A sua personalidade é compulsória, apesar de mutável. Você se obriga a pensar em certas coisas, talvez pelo vazio ou pelo próprio existencialismo em sua forma concreta. A vida é uma sucessão de frustrações? É fácil pesar isso quando você cria frustrações que não existem. Honestamente, eu não entendo, talvez eu seja cartesiano ou linear demais para entender essa sua visão viciada. Enquanto isso ele (o ser mais arrogante em suas neuroses) procurava lugares desertos para o seu próximo isolamento, o seu próximo comodismo confortável em uma solidão incerta que destruirá a sua própria existência. Mas como escapar? É provável que continue platonizando capas e gostos em comum, é provável que continue criando expectativas em torno de coisas voláteis e inconstantes. Porque você é volátil, você é inconstante. É nessa hora que você se lembra que de certo modo, você atrai o que você transmite enquanto esse mundo continua girando alucinadamente. Deixe a música mais forte, prossiga, aumente o volume do fone de ouvido e passe por todo mundo como se não tivesse passado por ninguém, depois crie uma irritação inexistente pela presença delas. Percebe? Você transmitiu, você recebeu.
E quando você consegue tempo demais para refletir em torno de si mesmo, logo se lembra que as máquinas de destruição em massa da rotina logo voltarão para continuarem o longo processo que é matar você aos poucos, com a técnica de comprimir seu cérebro e criar vício em torno da sua existência, como um ser material, sem nada a oferecer além de matéria com validade marcada para deixar de ser funcional. Seu escroto, eu odeio você. Seu desgraçado. Você acaba comigo, caralho. É preciso sentir coisas fortes pra acalmar esse pensamento. Até onde vai esse seu pensamento envenenado e doente? Então, novamente, ele entra num espaço público e começa a bater no piano e se tremer e começa a tocar melodias que ele sabe que irá deixar as pessoas amarguradas. E ele calculou isso, meticulosamente: Como deixar as pessoas amarguradas com sua música horrível e frustrante que sai de um piano num espaço público. Até que alguém segura em sua mão e com aquele rosto quase inexistente de tanta secura e finura, pediu que por favor, parasse. Ei, você não vê que eu sofro? Você não ver que eu sofro como você? Que eu tenho angústias parecidas, que eu me cobro e penso que decepciono todo mundo da mesma forma que você? Será que o seu egoísmo te cegou, completamente? É o Vício? O vício em escrever, fazer, respirar, enxergar, ouvir, raciocinar coisas tristes? Vamos fazer um acordo, eu prometo te machucar todos os dias e você promete me machucar todos os dias. Após isso vai ser real, nós vamos sofrer, verdadeiramente falando. Vamos ter motivos concretos para fazer aquilo que a gente mais gosta: Sofrer. Sim, sofrer sabe? Chorar, deixar as lágrimas escorrerem, deixar a chuva molhar e deixar o resfriado tomar conta.
- Você não tem nada de especial, nem eu. Mata essa arrogância, mas não com um tiro. Com uma facada, profunda, para que seja possível expurgar o veneno que ela deixou em você. O caminho é você mesmo, mas não deixe de vestir uma roupa em seus reflexos. A utilização de máscaras é necessária para manutenção da existência.
- Mentira, você está me manipulando. Você está me destruindo, eu não preciso usar máscaras. Eu não preciso me adaptar a sociedade como você diz, eu não preciso sorrir e dizer que está tudo bem, eu não preciso fazer cara séria no trabalho, eu não preciso viver.
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